"Nunca se afaste dos seus sonhos. Porque, se eles se forem você continuará vivendo, mas terá deixado de existir."

Mark Twain



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Acostumar-se a viver sem VIVER...

Eu sei mas não devia
(Marina Colassanti)

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita seus mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E, a saber, que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fim de férias...

Sei que blog não é diário mas é bom poder contar para alguém os acontecimentos das férias... (ainda mais quando não se tem ideias)

Na Full Life...
Um pouco antes de começarem as férias, nosso grupo de jovens Full Life foi para Nova Tramandaí curtir o Litoral.
Ainda bem que o Jòzias levou um guarda-sol! kakakaka



Com minha família...

Fomos pra Tramandaí passear tbm... Ótimos momentos.
Essa é minha maninha usando meu óculos... parece uma abelhinha...


E quase todos os dias das férias como bons desocupados, bebemos Coca Cola no centro, conversamos sobre tudo e mais um pouco e os assuntos nunca acabavam...
Esse é o Lucro de ter amigos: Não precisamos pagar terapeutas, pois eles nos ouvem em tempos de crise e em tempos de alegria eles escutam as nossas piadas sem graça.

Miguxos!!! Vocês moram no meu S2



Pontos Negativos:

O pior do fim das férias é a distância que vai me impedir de ver alguém, mas não de sonhar com ele todas as noites e ouvir a voz dele por horas no telefone. Mas o que é um ano de distância, comparado a uma vida inteira juntos? Nada.
Te amo, Luis Felipe e vou te esperar!!!
Que Deus nos molde como ele desejar.